terça-feira, 26 de junho de 2007

Sereno

I left a note on his dresser
my old wedding ring
With these few goodbye words
How can I sing...?
Goodbye old sleepy head

editorial

A linha editorial do Limão andou confusa (descambada) nessas duas últimas postagens. Esse certo tipo de bagunça incomoda mas isso não importa de verdade. Na verdade, quem destoou mesmo foi só o Marvin.

sereno
como no jazz, no blues... importa chafurdar na mais densa e pública lama dos desejos mais egoítas. estar à noite, estar no sereno. jurar que já não se pode viver sem ele ou sem ela. beber e amargar melancolicamente os dissabores. dia seguinte é acordar bem cedo, é eito. só porque poesia, amor e drama nunca foi de comer.

few(?) words
Há uma frase atribuida a Oscar Wilde (me lembrei agora da Unciclopedia que atribui todas as citações do mundo ao Wilde) que diz: 'Viver é a coisa mais rara no mundo. A maioria das pessoas apenas existe'. Hoje acordei pensando nisso... e algo me vinha sem a menor profundidade mas com grande força quanto mais eu pensava nessa afirmação: bullshit!
Coloco minhas mãos fantasiosas na minha cabeça de imaginação e resolvo que só existir é bom e sábio. Minhas únicas ambições são pequenas. Sou marcadamente medíocre e tenho nisso certo orgulho. Tenho ganas por às vezes formar frases curtas que terminam com um ponto final. Mas... é que isso tem muito a ver com uma coisa de família... a minha família também é assim, é uma família de pessoas que só existem, pouco ambicionam. Ser medíocre é encontrar-se consagrado pela reprodução barata d'A última ceia ou d'A travessia do Mar Vermelho. É tudo duma pobreza quase indecente.
A necessidade faz com que se vejam as coisas de outros modos.. o agrupamento de pessoas necessitadas torna todo relacionamento familiar consuetudinário. Faz o medíocre tornar-se tão barroco que fiz aqui este espaço (subcripto e assignado). Gosto de só existir, de existir em realidades práticas e concretas porque elas me parecem confortáveis. Já foram tão ruins que hoje são dadivosas e se derramam sobre a varanda, os passarinhos na gaiola, a louça e todo o resto. Desprezo a política, desprezo o governo, a economia, a globalização, desprezo a estatização do racismo, desprezo a militância, e o engajamento. Quero existir em alienações. Quero o imediatismo e a esquizofrenia. Me rasgar por um drama ínfimo. Quero ser como se o universo tivesse tantos bilhões de anos, que minha vida vai se acabar já.
Nunca fui de grandes arroubos textuais, nunca soube fazer análises dos processos históricos totalizantes. Sou amante, nem poeta. Portrait.

2 comentários:

Prill disse...

adendo.

e como não estou com meu chip de erudição ligado, quero desejar a esses mauricinhos agressores filhos d'um puto apodreçam na cadeia.

Prill disse...

que apodreçam..**

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