
o Limão não é um blog, não é não... é uma criação (uma surgeção) randômica de-mente randômica instalada no blogspot. ai... isso não entretêm. não forço ele a ser assim - me esforço justo pro contrário. mas fico cheia de recusas, não quero falar dos meus dias de ontem ou transontem. me sinto como comentendo um crime: narcisismo. o Limão n'é nada além dum lugar para onde os pensamentos podem fugir e o que traz a angústia é que, por vezes, fogem os pensamentos errados, os que não queria, os que deveriam ter continuado lá quietos na deles, sem dar ares de graça ou desgraça. mas eles se organizam em palavras, em palavras em filas que eu não gosto. não escrevo pra mim, elas (as palavras) são de indiscrição. se o Michel Melamed viesse me perguntar (ele não virá, suponhamos só) se ele viesse me perguntar pra quem eu escrevo, eu diria pra você (secretamente diria pro poeta). não escrevo pra mim, preu me ler, escrevo pra espetáculo, pros do outro lado das polegadas (ego, delicioso ego) escrevo por mim. Michel, escrevo por mim (acabou de me ocorrer) pra fins exorcísticos. porque as palavras moram em mim como uma possessão, têm vida própria, asas e se ultilizam de violência pra sair. elas são os pássaros do Hitchcock.
uma calmaria lá no alto
daí tudo se acalma novamente pra podermos ouvir. ficou calmo, o poeta voltou, eu me embebedei, conversamos, você disse num momento em que refletíamos sobre o que eu ia dizer: "se você ficasse eu ficaria e ficaria na chuva no sol sós nós os girassóis o mar o canto da sereia. e preencheria o espaço do teu silêncio com o meu silêncio kafkiano contemplando teus mistérios, pois em segredo te amo". depois disso eu caí (de sono ou num sono) porque todo segredo deve ser mantido atrás da boca, toda paz deve estar na parte de dentro das portas e nenhum mistério nos têm desvendado. as palavras foram somente suas e mais uma vez, deliberadamente, roubei (as) numa tentativa desesperada de escrever no outdoor que tem aqui em cima da padaria em frente de casa, que sou como a baleia assassina presa à baía, numa armadilha. (baleia assassina presa à baía numa armadilha...)
breve aporte
Pri... fui expropriado! Ora essa, incrada em Santa Teresa? Levaram o meu carro! Meu amigo, digo por aqui também que sinto muito. Não sinta... Sinto... Se você fosse ainda comunista poderia já ter seu consolo desde o primeiro instante, podia dizer como o pai do Woody Allen no Annie Hall: deixe roubar! ela é pobre, é negra, não tem oportunidades; se não roubar de nós, vai roubar de quem? Incrada em Santa Teresa: como foi isso? Eu saí de casa, olhei em volta e fui tomado por um sentimento de orfandade...