quarta-feira, 16 de maio de 2007


- É verdade! acudiu o Ega. Você nessa noite parecia ter ás costas uma opa de irmão do Senhor dos Passos!
O conde sorriu. Irmão do Senhor dos Passos não, graças a Deus! Ninguém melhor do que ele sabia que nesses sublimes episódios do Evangelho reinava bastante lenda... Mas enfim eram lendas que serviam para consolar a alma humana. É o que ele objectara nessa noite ao amigo Ega... Sentiam-se a filosofia e o racionalismo capazes de consolar a mãe que chora? Não. Então...

(Eça de Queiróz, em Os Maias. CapXV)



Já se vai o Benedito...
(ou E agorinha lá se vai guerra)

Pensei em escrever algumas poucas palavras. Penso ainda. Poucas, bem poucas. Que sejam suficientes para dar conta de dizer que acredito n'um declínio visível da religião em nossos tempos. Haveria de ser isso uma coisa boa, liberal, mas na Terra de Veracruz, a baixa na moral cristã só consegue ser substituída por meio mililitro de péssima catequese. Daí alguém desiste de substituir uma coisa por qualquer coisa e resolve ser jovem empreendedor, montar uma empresa de câmbio e exportação de drogas, armas, muléres e/ou qualquer outra coisa muito lucrativa nos nossos tempos (como o jogo de gamão). A razão e a educação foram dar um passeio num lugar bem longe, disse de Góes, apoiado de perto por Denys Arcand. Ficamos nós aqui na barbárie estatal, no emburrecimento descontentado de todos nós e na violência que é pródiga nesses laboriosos rapazes e moças pós-modernos, tipo Colômbia.
Que venha Frei Galvão, que venha Bento, que venha Deus e o Diabo, que venha compadecer.

Desse canto eu escrevo ficção. Que não é fictícia, posto que real.

Um comentário:

Isabella Kantek disse...

É isso aí. Como diria a minha cunhada "calou fundo".

Beijos

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...