Quando eu nasci, meu pai - muito bêbado - fez um samba que gravou com os amigos num bar. Alguns anos depois, como eu tinha muita vergonha da fita, desgravei. Por cima coloquei a historinha de "João e Maria". Assim então ficou resumido tudo o que viria depois...
mito de formação
Quando a bolsa estourou, a minha mãe viou pro meu pai e disse que a bolsa tinha estourado. Foi uma notícia assim... de madrugada, num tom de desânimo igual ao que aquelas todas quase mulheres do Bonfim diziam: deus deu. Ela disse que ia tomar um banho e que era muita água que saía; lá dentro eu pensaria minhas primeiras palavras: puta que pariu, fudeu! Tudo tinha ficado tão seco que meu pai foi ligar a bomba hidráulica e a mamãe tomou um banho tranquilo de sabonete rosa e tudo. O motorista do ônibus corria tanto de ver a outra lá daquele jeito imensa e eu ainda lá tentando entender, o que nunca viria a acontecer (até o fechamento desta postagem, não veio a acontecer), mas corria e parou bem em frente à maternidade, mas ninguém desceu: barcas. Atravessava-se a Baía devagar à beça naqueles anos mas a gente não ligava não e os três iam na água quase em silêncio e com frio. Eu nasci contente na Freguesia da Candelária, o que não foi mérito meu ou dela, foi do médico que me tirou de lá. A senhora vai ter essa criança agora! Mas ninguém queria ver o que tinha depois. Num movimento macunaímico, me atrasei.
Quando a bolsa estourou, a minha mãe viou pro meu pai e disse que a bolsa tinha estourado. Foi uma notícia assim... de madrugada, num tom de desânimo igual ao que aquelas todas quase mulheres do Bonfim diziam: deus deu. Ela disse que ia tomar um banho e que era muita água que saía; lá dentro eu pensaria minhas primeiras palavras: puta que pariu, fudeu! Tudo tinha ficado tão seco que meu pai foi ligar a bomba hidráulica e a mamãe tomou um banho tranquilo de sabonete rosa e tudo. O motorista do ônibus corria tanto de ver a outra lá daquele jeito imensa e eu ainda lá tentando entender, o que nunca viria a acontecer (até o fechamento desta postagem, não veio a acontecer), mas corria e parou bem em frente à maternidade, mas ninguém desceu: barcas. Atravessava-se a Baía devagar à beça naqueles anos mas a gente não ligava não e os três iam na água quase em silêncio e com frio. Eu nasci contente na Freguesia da Candelária, o que não foi mérito meu ou dela, foi do médico que me tirou de lá. A senhora vai ter essa criança agora! Mas ninguém queria ver o que tinha depois. Num movimento macunaímico, me atrasei.
6 comentários:
Prill querida,
Fiquei sem saber o que comentar depois daquele breve bate-papo sobre aniversário. De qualquer forma não vou deixar de desejar velas, anos vind[ouros], e instantes de felicidade.
Beijo. O post ficou lindo.
*sonhei que eu tinha tido uma idéia de nome para o c.
Prill,
Gente quando nasce é mais ou menos assim como a palavra escrita: ganha vida aos poucos, a medida que outros lêem, gostam e voltam. Eu vou voltando aqui e aproveito para desejar o melhor neste aniversário real e literário.
Abraços,
Atila
seu aniversário então?
parabens
hahahaha
Ai, que preguiça!
Movimento macunaímico é muito a sua cara. Não sabia que chegaste atrasada até ao seu nascimento. Qual foi a história triste???
huahauahuahua
Parabéns, amiga!! Tudo de bom, felicidades e muitos, muitos textos pros seus leitores se deleitarem.
Só faltou dizer em que ano foi... eheheh...
Beijos
seven
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