quarta-feira, 18 de julho de 2007

atualização
14h:23

pensei muito se deveria postar alguma linha sobre o ocorrido ontem em Congonhas: não devo. seria desnecessário e de mal gosto. esse é um trabalho para jornalistas não meu e, quanto às outras palavras que existam à respeito, elas só pertencem aos atingidos. posso sentir muito, mas não o suficiente.
deixo o link para a notícia do acidente no The New York Times que abordou seriamente as implicações governamentais dessa tragédia. sim, sei que já repeti inúmeras vezes que não me sinto a vontade de falar aqui de política, particularmente da política nacional. mas também não acho correto silenciar minha revolta quanto à condução do governo em todas as áreas. os debates entre as forças civis e militares soam como um dejà vu desagradável dos anos que nunca vi mas que não quero mais lembrar nem sob a pressão do Skidmore ou da Angela de Castro Gomes¹ orquestrados pelo José Roberto: temos novamente essas surreais lideranças acéfalas, irresponsáveis e fascistas no poder. dessa vez não é nenhuma UDN de porre, não há mais um traço que faça rir.
mas enfim, estou falando comigo mesma, só pensando alto. o José Roberto (quando tiver novamente acesso à internet) e o Reinaldo Azevedo certamente terão palavras mais certas sobre tudo isso que nunca sei dizer. deixo então o link (entre outros links) nessas linhas que não pretendia escrever, já sabendo das críticas dos que me conhecem pouco.
--
¹ não significa que eu partilhe das mesmas crenças ou convicções cósmicas que ela.

4 comentários:

Boas maneiras [como você nunca viu, ouviu ou leu] disse...

Vim aqui só pra malhar:
1. Link do New York Times sobre as implicações políticas do acidente em Congonhas???? Faça-me um favor!
2- A crise civil-militar atual está duzentos anos luz de distância do que foi a quarenta e poucos anos atrás.

Ps: Continuo te amando...

Prill disse...

querida bmm.
mas o que eu poderia mais falar? o acidente de Congonhas faz sem dúvida parte de um processo, é uma consequência de um processo. eu tinha duas opções: calar a boca ou pensar nisso aqui, escolhi a segunda opção. nenhuma das duas era sábia.
e quando eu falo de implicações políticas, não é falando do quanto isso vai afetar a economia, tô meio que cagando pra isso. a minha revolta é perceber que isso podia ter sido evitado, não foi um acidente causado por uma falha de duas ou três pessoas, mas um acidente, uma catástrofe, causada pela irresponsabilidade política de todo um governo. qual o mal de querer achar culpado se HÁ culpado?

claro, a crise civil-militar está há anos luz da de 40 anos atrás, graças a deus. me expressei mal. deveria ter dito que estamos vivendo um remix daqueles acontecimentos... e os resultados parecem ser mais desesperadores que aqueles anteriores.

perdoe o mal-jeito na postagem. como diria o robô Marvin: já me desliguei.
mas agora a merda tá feita. beijos

Ana Luiza Paes Araújo disse...

Pris, você tem toda a razão. Eu até agora tenho me poupado de escrever qualquer frase sobre esta catástrofe, me limito a ler os posts do Reinaldo e assistir os noticiários, mas acordei com uma vontade enorme de escrever e o farei mais tarde.
Estou cá a ler o Skidmore e, sem dúvida - me perdoe a Flávia - a história do Brasil é cíclica e sem criatividade. As coisas se repetem assustadoramente. Tudo bem que com Getúlio era tudo mais classudo e apoteótico, o cara escrevia super bem, tinha frases de efeito e falar o português perfeito de todo bom gaúcho...
Não acho que vc falou nenhuma besteira. Se Jango era a UDN de porre, qual será o entorpecente que o PT tem usado???

Ana Luiza Paes Araújo disse...

Ah! quanto ao seu comentário no meu blog sobre a carta de alforria, eu ando muito romântica ultimamente, desculpe!
E escreva logo alguma coisa sobre a Florencia, estou ansiosa.

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