domingo, 3 de agosto de 2008

Poço cartesiano (ou Chapter 4: The Rabbit Sends in a Little Bill)

Era ir embora de outro lugar que não aquele,
de fotografias propositalmente desaparecidas.



A referência que tenho remete a 1885, quando se pensava possível sair de casa com óculos escuros retrofuturistas. Nos desiludimos porque ninguém mais ouve New Order. Desde o ônibus, não fazia idéia que fosse encontrar os corpos empilhados como eram; irreconhecíveis. Discou o número que era 4399-8061 e contou o que tinha havido: um acidente onde morreram muitas pessoas. Em sonhos, não sabemos o que houve, somos dados a saber, e foi dada a saber que houve um tal acidente e que muitas pessoas haviam morrido por causa de futebol.

a fotografia foi sumindo devagar, era ruim, e aos poucos. Deu ainda pra reconhecer quem era: uma senhora e uma moça, com algum sangue que saía do canto da boca, nem sei. Parecia que tinham sido difícil pra tentar fazê-las sobreviver, mas elas tinham morrido. Disquei o número e dava ocupado. As certeza são isso: inexistências de quando se pode andar mais um pouco e foi por isso que não insisti. Também comentei [como mentira] não querer falar. Chiados. E até agoraas pessoas estavam lá empilhadas num terreno esperando um parente e um reconhecer. Reconhecer nem sempre é patente, where the true lies.


[...] parte suprimida porque estou um tanto oca.

2 comentários:

Anônimo disse...

o erro não é entrar no tanque de bolinhas, ao contrário: é o certo entrar porque ele lá está para isso.

o erro é de quem ficou fora, tentando achar outro sentido para as bolinhas que a de estar lá para serem pisadas.

mas o desconforto é o ambiente, não as bolinhas. sabes que na intimidade se é outro, sempre outros e infindáveis.

é o frio. no sul, todos vivem no frio.

e isso é pena. porque os corpos são quentes.

Anônimo disse...

Às vezes, em ritmo de ‘runaway’, a gente se sente numa de ‘rundown’.
..................
“Em sonhos, não sabemos o que houve, somos dados a saber”.
..................
Enquanto perseguimos o sentido do sonho, até aí estamos a salvo.
Preocupante mesmo é quando o sentido do sonho ruim parece querer se transportar para o cotidiano. Então... é Freud...! Aliás, pobre Freud...!

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