quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Sabina

kundera
Então perguntou a Franz: e porque é que de tempos em tempos você não usa a sua força contra mim?
- Porque amar é renunciar à força, disse Franz, com doçura.
Sabina percebeu duas coisas: primeiro, que aquela frase era bela e verdadeira; segundo, que, com aquela frase, Franz acabara de se desvalorizar para sempre na sua vida erótica.

acedido
parecia que ninguém mais ia respirar dentro dum comprido segundo que já assobiava silêncio. ela ou até mesmo eu pensou pra responder com aqueles todos pares de olhos mesmo (assistentes): eu faço porque o amo; se ele me mandar parar de fazer eu páro, ainda que não o obedeça nunca, só faço o que ele me manda ou o que ele espera que eu faça; sempre tudo ao contrário, sempre com o intuito otimista de fazer com que ele volte, de fazer com que me pague um refrigerante ou que me chame "sobretudo". depois eu, ou ela, ficou sentindo o rosto quente todo confessado, não que houvesse algum incômodo na indulgência do tratar de si, era a excitação da mostra que fervia submissa como um lábio roxo.
--
inspirado por Bjr. primeiro trecho: Milan Kundera, "A Insustentável leveza do ser".
para JR.

5 comentários:

Isabella Kantek disse...

Superb!

Barbarella Bela disse...

Bonita, bonita.
Você me abandonou? Deixei um convite para você em resposta a um comentário seu num post mais antigo, espero que veja e aceite. Volte!

Junior Oliveira disse...

ola !!

gostei do seu blog fruto do limoeiro no trilho. sempre que puder quero passar por aqui. é confortante ler coisas agradeveis e desagradaveis tambem sendo todas no final belas
obrigado pelo blog rs.

Cris Martins disse...

Olá... acho muito louco o que tu escreve... tão louco que não dá vontade de parar de ler hehehe
Loucura é bom demais.
Bj

Ricardo Rayol disse...

Essa frase é realmente um tiro no pé.

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