sábado, 27 de outubro de 2007

Em partes dispostas: num tempo só

não tenho escrito... nada, nada não. acabei de pegar um papel e escrevi assim:

Afrânio vivia numa torre torta
mas nunca chegou perto Afrânio
vivia numa torre torta mas
nunca chegou perto Afrânio vivia
numa torre torta mas nunca
chegou perto Afrânio vivia numa torre
morta mas nunca chegou
perto Afrânio

eu não sei o que isso significa. só sei que acordei às 6 e trinta da manhã hoje e sabe quem me sabe bem o que é isso. sabe? seis e 30! essa semana foi chuva demais no Rio, muito cinza e eu não sei lidar com isso. não sou adaptada pra dias frios, passei a quinta feira inteira com a bota encharcada porque a minha bota é um enfeite, entra água. fiquei presa no Campo de Sant'ana e esse foi o acontecimento mais absurdo da semana depois das três horas parada no trânsito tentando chegar na Central. tu-do parado, foi um horror. e justo num dia em que eu estava felicíssima indo ler as minhas fontes documentais no Arquivo Nacional; estava com muitos planos, muito satisfeita por ter acordado cedo e estar na ponte meio dormindo (adoro o estágio de meio dormindo; é o melhor momento pra maioria das coisas. coincidentemente estou meio dormindo agora; dentre as coisas boas, não está escrever porque fica mal escrito, tomado de erro - uma duas...) ouvindo Radiohead (feel it.....!). isso foi na quarta, eu estava de sapatilha aberta mas..eu dizia do Campo de Sant'ana, pois bem; entrei no Campo assim que saltei do ônibus (três horas de engarrafamento) e, hipoglicemia, pensei em ir na Senhor dos Passos comer. mas a chuva alagou as saídas do camo e ficamos lá por uns 10 minutos na enchurrada eu, as cotias e um pavão agachado no laguinho. uma porcaria a câmera estar sem bateria na hora porque seriam lindas fotos, queria mostrá-las, mostrar-vos.
então, estive no Archivo Nacional e comi sanduíches com Coca-Cola morna - sem geladeira para consulentes - e li uma penca de livros cartoriais. Fotografei no segundo dia uma série de cartas de alforria (1840-1871) mas ficou um horror, acabei de ver; impossibilidade parcial. ainda preciso analisar o que extraí disso tudo. sei que fiquei muito chateada em alguns momentos com uma série de coisas; a principal delas era: por que sou uma retardada leve?
em casa agora, pós-monograficamente-orientada, livrada de livros, medicada e com sono - ainda houve seminário sobre teatro no Brasil 1940-60; expressamente: Nelson Rodrigues- vou me dar algum descanso e todo descaso, mais chá de acalmomila. depois escrevi umas outras linhas mas...bestas também. aqui está, é isso, postei e parece um blog.


à pé molha-da samba frio rio
rio sem motivo - absolutamente que motivo tem?
restinga das palavras lidas (ilíadas) sí-la-bas
que de sí-ludi nos ar-co-cine iris
arco sim na lapa
sou cantada sem sal bonita e depois rápido
moça, mulher, comida entre a cama e o espelho
bo-ni-ta
pra chorar no corpo de-delírio
assíndeto

4 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Isabella Kantek disse...

Prill,

aqui também muita chuva e banhos de vapor com eucalípto. Resfriadas, estamos resfriadas. E pegamos chuvas, andamos de metrô. !Ostia!
Que foto linda essa sua tão [con]centrada.
Ah, e antes de terminar de ler o Afránio já havia previsto a torre morta, do Afránio morto. Nós mortos?
Lindo: ar-co-cine iris.

Beijo carinhoso meu, da Estela e do dino.

Isabella Kantek disse...

Afrânio* (†orre) rsrs

Ricardo Rayol disse...

um dia de enxurrada nos leva aos lugares mais inusitados.

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