quinta-feira, 10 de junho de 2010

Show me from behind the wall

Só quero ficar perto dos meus amigos e de quem gosta realmente de mim. Ou pelo menos de quem eu acredito que gosta. é claro que muitas vezes a gente erra feio. Só quero estar em lugares onde sou bem recebido. A vida é curta, meu irmão. Eu sei, porque estive quase do outro lado. E já que não fui, quero passar os anos que ganhei de "bônus" de um jeito que eu me admire por minhas atitudes.
(Bortolotto, em 06/06/10,
Atire no Dramaturgo)

Alguns me desconhecem e não suporto ser desconhecida. Não falo dos de fora, dos que nunca vi eu falo das pessoas da minha convivência, possivelmente do meu afeto e que belo dia chegam e me desconhecem e apontam só o que eu não sou. Vejam o caso da Luana; minha amiga de sempre, minha parte de alma andando por aí com os cabelos compridos e o sotaque do sul. Extremamente viva e forte, gastávamos um tempo na frente do espelho experimentando roupas, comentando nada, colocando óculos, pensando em como se chamaria nossa banda, pensando na melhor posição pra colocar o OB. Nossa banda se chamaria "Chinelo Chinês" porque a gente gostava de usar os chinelinhos da Saara. Minha irmã, não sei se entendem, quem não conviveu conosco não vai entender porque é raro quando duas pessoas cujo útero nem tem nada a ver serem tão fraternalmente próximas. Eu penso nela sempre, que me desconheceu um dia e disse que eu pisava em cima dos mais humildes, que me vangloriava por ser Zona Sul.
Penso nela com freqüência - não sei se já disse - porque ela sumiu depois disso e é como se nunca tivéssemos existido, nós duas e todas as coisas que passamos. Ela conheceu o que eu sou, de onde vim, passou o que eu passei. Agora eu fico nesse velório de caixão vazio sem entender porra nenhuma.

Quem não me entende não me interessa. Ela e os outros, não me interessam. Só quem sabe o que já me houve é que entende a minha felicidade de estar ali com a mão cheia de cloro lavando a privada da minha casa. Uma alegria, um carinho que eu tenho limpando os azulejos em movimentos circulares e sentindo como a esponja escorrega nas partes já sem lodo. Só quero os do meu afeto, que me vejam e onde eu me vejo. Quem me estranha serve pra que eu afirme intolerantemente quem eu não sou e só assim alguém se forja.

Só os do meu afeto.

Um comentário:

Eduardo disse...

sabendo o que sei, só me restaram as lágrimas. seguro sua mão, serve?

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