segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Intermitentes para mulheres do lar e dos filhos

Ermentrude não sabia pôr em vivências os seus diálogos interiores e vagava em espaços reticentes com o vento descompasso. Ruas que já foram de terra percorre. A garganta seca dói porque guarda palavras amargas que tenta pintar de preto para esquecer. Desaparecer na noite escura e fechada. No local do sofrimento esfrega uma faca de cozinha e recita palavras encantadas com os olhos fixos no calendário de parede.

as insatisfações. ela escreveu e ficou pensativa também porque era a palavra que não saía da cabeça desde 1996, ou melhor, a expressão - porque o artigo definia os pedaços faltantes. tinha um olho que era meio fechado. todo mundo dizia que era normal um lado do corpo ser menor que o outro, mas ela via um lado incorfomado que tinha elefantíase. provocava florestas inteiras com gritos do alto e imaginava-se sempre ênclise, num balanço. via, primordialmente, pontes de pedra e olhava pra cima vendo a árvore que balançava (?) mas não houve alguém lá trás pra ela poder gritar mais forte; nunca tinha. se auto-dava impulsos e, imagina, que, com o passar do tempo e a vinda dos reumatismos, seria cobrada das pernas ao peito pelos impulsos diagonais: pelos enfrentamentos atmosféricos, gravi-tacional. o monitor olhava: as insatisfações. o cursor também piscava as ins . vinha depois o que? ...reticente, facultava ar pra respirar e casmurrava.
o olho menor fechou e aí ela teve um filho. tiraram uma foto no 1 ano - foi perolada nos sonhos. foi como se desprender, foi como sentenciar que ampararia, em todos os passares, com as mãos espalmadas. muito mais alto, forte, balanço, frondoso.



originalmente publicado como comentário em Ermetrude de Isabella Kantek (e trecho). se-me engravida...

6 comentários:

Isabella Kantek disse...

Imaculado. Congela o momento e pausa o filme lacrimal [porque moças de fortes emoções e mãos delicadas chegarão atrasadas], dá um stop mesmo para fins de deslumbramento. As palavras balançam. Pendem dentro de mim. Lágrimas? Debruçam-se enquanto eu tiro a pilha do controle remoto.

Gratidão veio antes do choro na hora do parto.

Ana Paula disse...

Adoro o modo como vc escreve. Repetitiva, eu???rs
Beijos1

Ricardo Rayol disse...

apenas um reflexo torto em um espelho distorcido, nada mais.

Boas maneiras [como você nunca viu, ouviu ou leu] disse...

Queridissima, estou com muitas saudades, porém, sem computador. Pra completar minha lamúria, esqueci completamente a senha do meu e-mail e não tenho como recuperá-lo, a não ser, na minha própria máquina moribunda.
Teremos bodas no dia 7 de dezembro. Depois te dou mais detalhes.
Beijos lúcidos e lembranças desesperadas.

Anônimo disse...

Menina, foi bom passar aqui... e foi gostoso ter voce lá por perto... um cheiro querida!

Anônimo disse...

Que bonito, Prill. Eu penso um monte nisso. De ter filhos e mudar o sentido das coisas. Deve ter algum sentido oculto que mude o caminho da vida. Não sei...

Beijos
; )

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