quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Medo e delírio em Abolição: bad trip

Ela é uma caga regra! E elas deram uma lambida na beira do copo de sal do copo de whiskey. E elas subiram em cima do copo de whiskey e elas são daquelas meninas coelhinhas e elas põem as mãos no revólver e aquilo me dá um sono e eu mudo de canal e eu penso no Hunter Thompson e nos copy desks. O Hunter Thompson. O Hunter Thompson sai de casa pra fazer jornalismo afudê, o Hunter Thompson, ele me explica as coisas e ele fala as coisas rápido e eu acho que ele tá dizendo Ela é caga regra e ela lambendo o copo de whiskey, o sal da beirada e daí não dá pra ser serial genius: maldito Lacan.

Bad trip
Ela é uma caga regra, o primeiro pro segundo. Ela caga regra no trabalho, do amor, do horóscopo, caga regra menstrual. E o segundo: ela, ela, ela no rabo da Mirella. E a Cibelle? O segundo: a Cibelle... e tornaram a sair do bar daí um passou o braço em cima da nunca do outro e eles saíram novamente do bar tropeçando num meio fio. Então o primeiro largou a nuca do segundo, então se colocaram para caminhar mais uma vez a rua depois do expediente na garagem do ônibus e já era domingo. O primeiro tem um cabelo e o segundo tem menos cabelo que o primeiro, aí o primeiro pegou o celular e colocou uma música no aparelho de telefone celular daqueles novos que cantam as músicas alta aí ele pensa: posso ligar meu aparelho telefone celular? E o segundo pensa: vamos entrar no ônibus e vamos ouvir o som do aparelho telefônico celular desbloqueado que eu baixei aquela. E eles ouvem, mas, porque eles não estão ainda no ônibus, vão descendo a rua que dá nos Correios.
Bebida e beberam.
O chão preto vazio, os cobradores de azul pretos vazios, o cheiro de álcool branco e vazio os pilotos dos carros estacionados vazios. Tarde e uma lata no chão e um primeiro chuta a lata no chão então eles passam a primeira esquina e o som no aparelho telefônico celular então eles não se preocupam porque essa hora é tranquilo daí passa o mendigo preto vazio e outra lata que é de cola. Um deles fala pro segundo da mãe e o segundo diz que ri, e o segundo diz: preciso levar também a minha mãe pra fazer ultrasom mas o plano não cobre nem um ultrassom e talvez ela precise fazer uma cirurgia e talvez ela possa até morrer se não fizer a cirurgia e o SUS é foda... Deus não ia permitir. Talvez ele tenha de ir amanhã lá na academia porque tem uma menina lá gostosa pra caralho na academia e ele acha que pega a menina lá e o primeiro diz que tá pegando a novinha de quinze, que agora ela ficou grávida por causa de um registro dágua. O segundo fala que ri, e o segundo ri e fala do cachorro latindo longe e passa uma garota linda na rua.

E passa uma garota linda na rua.
A garota preta linda passa pela travessa ou entra na travessa e está usando uma roupa cáqui-telemarketing e a garota tem uns olhos que são doces poesias porque ela tem um namorado e ela é neopentencostal e ela dá pro namorado às vezes porque o pastor é homem e se for seguir tudo dos homens, tudo da bíblia, tudo aquilo que foi escrito hà 200 anos na bíblia sagrada... A garota na travessa indo pro serviço que ela faz: telemarketing filantrópico, ela ajudando as crianças a lavarem dinheiro, a garota linda, linda. Ela se passa na rua com uns olhos cheios de muita poesia de supletivo e uma boca doce, e uma boca de guaraná natural. Passa pela travessa e o segundo diz que ri, o segundo diz gostosa, diz princesa pra garota, belíssima, pernas belíssimas que cruza as mãos na travessa, que tem o trabalho, um namorado e não liga pro gostosa. E o primeiro chega perto dela. Diz: (que...) bolsa linda. Aí ela anda mais pra frente mas o segundo pega ela e o primeiro pega ela pelo cotovelo porque então ela diz: me larga. Porque então ele não larga e eles arrastam ela pra mais longe, pra mais perto do vazio da travessa e metem gostoso numa xoxota que tá gritando.



Ela deu uma lambida no sal do copo da beira do whiskey, e saiu de casa de noite, e escreve antes: Cibelle, o amor só pode existir quando incontornado.


2 comentários:

Ricardo Rayol disse...

uma obra prima do limão

Corsário Satã disse...

Se o estupro é inevitável, relaxa e gonzo.

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