quinta-feira, 24 de julho de 2008

minha fotografia favorita de Tina Oiticica Harris



Caríssima
me diz uma coisa: posso te roubar? Se eu fosse ladra, queria ser igual ao Bruce Willis e o Thornton em Bandits, chegar no banco dando bom dia, "this is a bank robbery". ah sim, posso roubar um texto e uma foto sua?
é que, como não ando com cabeça pra escrever, venho querendo recortar pro limão as coisas que gosto e que as pessoas que me são queridas escrevem. entonces? queria roubar o post da chuva na Praça da Bandeira junto com a sua foto no Jd. Botânico... eu roubaria assim, roubando mesmo, mas não encontro a foto, (onde foi que eu vi, meu Deus?) e também pensei melhor achei melhor te perguntar antes se posso usar escritos teus.
então, me conte como está?
(...)
em busca da foto, acabei lendo bastante do UA e cheguei à conclusão que você tem um espírito à la Scorsese. caramba! tem sim, olha lá! que acha?
espero que esteja bem
Priscilla, mon amour:
Scorcese e eu somos de famílias católicas. Ele é um gênio e eu sou uma desmiolada como você. Estou preocupada porque você bebe. Você não pode beber uma gota de álcool. É uma droga draconiana mas é isso mesmo.
(...)
"roube" o que queira.
Vou almoçar. Nem postei ainda.


minha fotografia favorita de Tina Oiticica Harris
(ou Mulher, musa jardim-botanesca)
Hi Nicolas
Acabei de saber que a Tina foi embora e estávamos falando sobre a besta do Karl Marx, minto, falávamos das bestas que achavam que matar era bom porque era por causa do Karl Marx e ela, nem eu, a gente não entendia isso.
Não entendo porque só soube agora. Talvez eu não devesse ter me ausentado, não entendo porque me ausentei para cuidar dessas coisas que me pareciam importante. Vim aqui contar a ela que, finalmente, tinha acabado, que estava no fim as coisas que me afastavam. Ia perguntar quando íamos nos ver, talvez. Maybe...
Tenho tanto carinho pela Tina, mas tanto.
Conheci a Tina porque escrevia sobre o Rio de Janeiro e ela disse que sabia exatamente em que ponto da praia estava o vendedor de biscoitos. Ela me corrigiu porque eu errava as coisas que via do Rio de Janeiro, cidade fantasiosa que ela conhecia verdadeiramente. Ela conhecia o Rio de Janeiro de verdade.
É verdade que nunca nos vimos, não mais do que pela tela da máquina que ela gostava tanto. E ela me disse sempre pra eu parar de beber. Disse, estude e comporte-se. "Você não sabe quanta bebida tenho no meu bar. Não bebo nada. Não como açúcar. Um chocolate especial porque ninguém é de ferro. Mas parou aí.". Tina, minha querida Sea Lion Woman... e eu queria e devia tê-la amado direito como as pessoas fizeram. A amo. Ela disse que a mim.

Sentirei grandes saudades dos seus carinhos e nossas conversas sobre como ter dias bonitos e como tirar fotografias de flores até elas parecerem desenho. E não esqueci que a prometi um texto sobre minha favorita dela, lá no Jardim Botânico, tão linda... linda Tina... não esqueço dela.
Sinto tanto, Nicolas

Beijos.




2 comentários:

Mago Ykhro disse...

"You can't know yourself, unless you know another, which comes with the even more tricky corollary that you can't know yourself unless you are known by another."::::::::::Aristotle's philosophy
.......
.......
"tricky" (adjective)=
If a piece of work or problem is tricky, it is difficult to deal with and needs careful attention or skill
.......
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E ele tinha poderes... mas era um mortal... porque da poesia assimilava mais a dor.

Anônimo disse...

ficou lindo lindo

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