sábado, 24 de maio de 2008

Pequeno escrito com introdução do envio para Isabella Kantek: é sobre amor e é besta

janeiro 08

por enquanto então te mando esse rascunho aqui. sonhei com isso ontem de tarde e queria só descrever pra guardar, já que lembrei. não tem pretensões e acho que você vai achar minimamente ridículo. (queria não ter medo do ridículo). seria sobre alguém, aquela coisa de sempre, o amor da vida, a pessoa da vida, o lugar da vida... o estar calmo depois da chegada e não querer mais ir, querer ficar, cotidianizar, coisa assim. fica bem, querida amiga.

Será que esse moço que estava para viajar era eu?

sem título
nós sentados numa calçada, acho que numa cadeira de praia na calçada e estava calor, um que era abafado. eu com um pedaço de papel branco - cortado torto dalgum lugar - escrito em caneta vermelha umas palavras meio poemas (bestas, poucas) e fumando, e segurando o cigarro
em muitas posições - do meio pro fim - como se fosse detalhe importante um desenho com a fumaça e, foi canastrice, eu soprava a fumaça. às vezes o cigarro caía, às vezes quase, e escrevia e ele do lado. na calçada, abafado (era o Rio?) era de noite? era de tardinha? noite; definitivamente noite, de tardinha: Rio da Gamboa ao Estácio. ele tentava pegar o papel (ou o cigarro) e eu desviava, tirava o papel, dava, tirava o cigarro e ria, ria tão muito...! daí ele me disse que ia pruma viagem: eu muxoxo rápido pro superado. o cigarro no fim. entreguei o papel (poema que não sei s´ele leu). mas faz amor comigo antes...?, olho parado, depois um por favor... alongados os erres. ele respondeu que sobre que não podia, que não ia dar tempo (mas só um pouquinho...), e o atraso? por favor... love me one time, baby / my knees got weak, de perto, abafado, calçada, a noite (no Rio?), cadeira de praia com ferrugem, cigarro apagado faz tempo. e ele sorriu num tudo ficou nublado e a carne ou a pele molhando, derretendo pelos mais diversos outros motivos, redondos, morenos. eu nem quis ir embora nessa vez, só porque não precisava mais, era você e um lugar que me sabia e que me era a calma. "faço" a mão dos dedos afagando o rosto das pernas, se apertavam as coxas, a saia nos joelhos, e quereriam. beijo de fala. "faço minha bonequinha... faço".

2 comentários:

tina oiticica harris disse...

Perdi acesso à minha outra senha. Esta é do Blogger. Meu blog está em a ref="http://attu.typepad.com/
universo_anarquico"=Clique

O teu conto está bom enquanto rascunho, escrito em um rompante. Sou assim também. Tá bonito, Prill.

Anônimo disse...

Poesia é assim: ela salta, se impõe.
....
Digo isso porque sou fã de "versos que cimentam uma idéia", como defino os teus e (dê licença) os de Zé Ramalho. Só que os teus poemas rimam na idéia predominante, circundante.
....
Quanto ao meu comentário na tua publicação anterior, obtive a pista com essa expressão "my knees got weak".
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Sim, és uma de nós porque sentes e consentes ser uma presa capturada por uma paixão.
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Isso é viver.

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