sábado, 23 de fevereiro de 2008

entrepausa #3: nada

António Neves to me
show details Feb 19 (4 days ago)

Tá. Cuida-te.

foi da Isabella:
Dizem que estou repetindo palavras. Mas não percebi. Para não esquecer, para não deixar eu ir.

Cartão postal:

abaixo roubo as efemeridades
(do Bruno)

um grama

de anagrama

é suficiente

pra fazer da

maca

a minha

cama


A visão:
Mulher, não sei se bem nova. Entre a parede estreita, um homem a pega por trás. Acho que luz cinza. Ela usa cordões, muitos, de ferro, e eles vão batendo entre os seios. Não sei praonde ela olha, já esqueci da visão. Tenho um album de fotos que ontem gostei.

Olho fechado:

Nem tudo o que desaparece, é.


Da ausência:
Era pra eu estar onde agora? Em outro lugar, em outro estado (do sólido pra o liquido, mais no Sul, [E]stado), era.... (não podia estar aí com essa mágoa., agora vê? que não é tua) Olhem, vou dizer algo pessoal: por aqui não tenho mais lugar. Essa cadeira, essa mesa, essa música, não é meu (lembrei: dessa vida nada levamos, por isso levo da dos outros). Ademais (continuo parada no mesmo lugar, nem escrevo mais, que isso?!), ademais ainda não me mudei, não me movi. Culto à neurose. Fui prum dia que não sei se volto. Se vocês soubessem.... é que tem de ser assim, ninguém sabe nada de ninguém do outro, só do outro perto, do outro que virou quase você. Vou chorar por tudo.
(...) felicidade no reduzido à escravidão.


Carolina, a virtuosa:
quando eu fiz quinze anos, isso ela contando pra mais três amigas no ônibus balançando as pulseiras, meu pai me levou num restaurante lindo, nossa. mas aí eu queria saber 'pai, você me trouxe aqui por que é meu aniversário?', ele disse que sim que porque eu era agora mocinha. pensei: pergunto? fiquei horas querendo perguntar, não, horas, ela ri, exagerada, fiquei nervosa esperando... vou perguntar! : pai, então... já sou mocinha? 'já'. então já posso namorar? O QUE??? - susto no ônibus - NEM PENSAR!!! NÃO!!! e pior que eu era apaixonada por um menino que trabalhava lá no restaurante - Carolina, a virtuosa, não é boa contista, não consigo encontrar bem essas emoções, mas imaginei e imaginar é a mesma coisa de ser, imaginem daí. aí eu cheguei em casa e minha mãe perguntou e aí? aí eu disse 'é... ainda não posso, vou esperar 18'. depois ela contou que chamou a ex-namorada do atual namorado de piranha, num aniversário que a garota apareceu por lá em busca do rapaz (isso estou presumindo). escuta aqui, sua piranha...! meu sogro ficou apavorado: o que é isso, minha filha. o que é isso o que? Carolina fica trantornada. amava mesmo o pai.

6 comentários:

Isabella Kantek disse...

Então, hoje na aula a gente falou do Édipo e do Freud como se fossem amigos. Num dado momento a professora estava chamando Odysseus de Édipo. A gente só ria e olhava pela janela. Daí que agora eu fiz recordações do Nelson. O seu.

Carolina, a virtuosa. Pretty fierce, como dizem no reality show.

rafael disse...

es muss sein?

ele que me perdõe, mas nesse ponto discordo. por mais que a vida insista para que eu desista.....
.... eu não desisto.

apenas enfraqueço
para voltar mais forte.

Ricardo Rayol disse...

pelo jeito está em meio ao fervor de uma transformação, um verdadeiro rebuliço.

Anônimo disse...

gostei do teu blog pri.
primeira vez que eu entro.
vo dá uma lida, e te digo depois.
saudade.
beijones ;*

Anny disse...

Oi Pril:
Sou comentarista do Obvius.
Adorei seu texto. Que bom que mora no Rio. Só quem mora aí pode inventar um um Rio que não existe...
Sou mineira de Viçosa-Mg. Vi as fotos de Leopoldina. E um nascer do dia em Minas Gerais. Muito lindo. Fiquei com saudade.

Anônimo disse...

Carolina não esperará até os 18! E se esperar me diz que corto meus pulsos.

Tem lugar ali óh: Entre o posto Pe. Café e o teatro solar. Desta vez eu fico em pé.
Beijos
Saudade azeda essa.

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