segunda-feira, 30 de julho de 2007

(...)na praia

atualização: às 18:40h

depreendo que sou o que tá deitado. olha a cara? é a tua cara. é a minha cara. quanto a você... toda exibida. (risos) incrível como eu to parecida comigo... tô procurando alguma coisa pra te animar. incrível como eu também to parecidíssimo comigo. eu tô olhando aquelas focas lá. Lá! tá vendo? se você levantar a cabeça, vai ver. to pensativo (beijo de foca).
eu ia pedir pra elas chutarem aquela bola pra junto da gente
mas vou desistir, vou dar um beijinho no seu focinho. pensando: " como a gente fica bem juntos". realmente... estamos lindos nessa foto! casal de cinema. não estamos lindos... você está linda. você tem um corpão pruma foca. ah..pára... você é que tá um fôco!

na Escócia
- quando aparece o monstro do Lago Ness?
- depois da quinta dose de wisky
aqui no Rio
falta beber mais um pouco

domingo, 29 de julho de 2007

Piquenique na praia

e não escrevo porque está frio e porque sumiu o que não sei

os planos
na praia bem fria
você levava um livro e me lia
eu levava a garrafa, te bebia


e depois? qual seria o proximo passo?
depois eu não sei.


sumisso
a palavra faz muita falta. todas. faltam.
nem sei escrever sóbria

sábado, 28 de julho de 2007





falta tempo por agora.... tempo ruim, frio e chuva. mas ainda falta tempo pra cortar o relógio com
um monte de traços e, muito mais, tempo pra parar dos segundos perseguirem.

daí é clichê lembrar do coelho da alice. falta tempo - sobra coelho - por agora.
nada inspira nos giros de nunca fim.








quinta-feira, 26 de julho de 2007

dia perfeito

eu e você dados nós amarrados, em montanha, folha e máquina velha maquinando a maquinação do que fazer dos nossos dias de suspiros e letras que chovem consecutivamente sem vírgulas pelo guarda-chuvas e pelas bicicletas estacionadas. daí abri teu livro e [randômico] o cachorro bateu as patas na minha testa, daí corremos atrás do doug e a chuva, mas ainda fazia muito sol. e fazia sol que acordei com ainda música gramofônica. mas aí acordei de patas na testa e insistência pra passeios. acordo assim de abrir livros e descobrir nosso sonho que quase achei você de verdade, mas não. e das horas que passam ficam sempre meio dia com sol e vento se chuva rua. rio! casa pra varrer, pano pra passar, pano passa[dor]. a casa limpa e o pão da padaria, corre lá buscar. café, leite, morno, mamãe e filme. mamãe dorme na metade e eu assisto a menina que perdeu o vestido novo pendurado na árvore (tudo por causa do sapo gigante). espreguiço num julho meio frio e compromisso que não tenho: sábado, domingo, terça é feriado e segunda enforca. espreguiço no julho meio frio e à 7,7% de teor etílico tenho eu sozinha acompanhada pedinte, faltante, de-mente de você. daí "oi moça" e meu pai viajou pra bem longe. quando voltar a chover refaço percalços, perfeição, das minhas palavras com que nunca costumo, nem épocas inteiras que cada um lê e é como quer que seja. de mim pra que? aceno pros assíndetos, voltar a dormir, teimar de nua, cobrir, rosnar se espero ser na campina muito tua e cantarolar pelas luas de minha e só.

--
meme proposto pelo gentil
mutante de Wolverine Reponde

o repasse: proponho o meme à
1.
Isabella Kantek do Desmemorium. minha querida, espero que você o reabra com esses pensamentos de palavras que voam como se a gente tivesse assoprando aquela flor em forma de bolinha. espalhados...

e

2. à Flávia Tornatore do Boas Maneiríssimas Maneiras. Hmmm... um desafio à sua linha editorial!

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Afunilando a existência



por fim, afunilemos. fiquemos juntos e aquecidos (?) esquecidos como pinguins. nada de imperiais, todos da mais pública plebe. consuetudinariamente pinguins, juntinhos, caminhando nas calotas, na mesma enseada, sem muita pressa, badalares.





terça-feira, 24 de julho de 2007

não alimente os animais
caríssimos,

(... havia algo aqui, mas não gostei e apaguei. não considerem)

mas, já que falei de cristandade, esses dias encontrei umas anotação na caderneta da igreja, tinha essa pergunta: o homem tem um espírito imortal? intrigante...

passante
há umas certas formas que tudo toma que me deixam sem nem pensar em nada, nem dá vontade de escrever. fui eu deitada de bruços ouvindo fado, pensando em alho queimado. daí agora tô surpresa de descobrir que, nisso tudo, nesses traços todos que o relógio tem e que passaram, que não me lembro mais da sua voz. lembro de você (da voz não, nem no ouvido) e de que você não era bonito, mas que eu te imaginava como as palavras que hoje escrevo aqui mornas, pensando nos filhos que terei com esse meu rapaz (ele foge deonde o caos me colocou). louca, arrasada, enciumada e esquecida assim tão calma alegre da sua voz. tudo que eu te queria era também ter versos meus, de amor. mas isso não te conto não! esquece já, nem lê!

esquecida
tanto de mim que só...

sábado, 21 de julho de 2007

Onde você guarda o seu autismo?

nível glicêmico

meu pâncreas me abandonou... ele se foi, nem deixou um bilhete, uma justificativa. o único pâncreas que eu tive, o único que amei... nenhuma mulher pode sobreviver a isso sem uma ampola de Novolin e uma garrafa de José Cuervo. o aparelho de medição disse: 355. quanto tem de tomar, mãe? 10 unidades.

reprise das boas (desconexões em aportes de todos os tipos, tipo foda-se)
nessas andanças da minha cabeça, toquei a pensar naqueles pedaços em que fica sempre tudo vazio. mas lá não tem nada mesmo, quem se importaria? eu não me importo. em tese. hoje acordei às 9 da manhã como tinha prometido ao Bruno e depois voltei a dormir porque o resfriado veio forte junto com os remédios. mais tarde, finalmente, consegui levantar e tomei um susto porque já eram meio-dia e eu não tinha terminado ainda o artigo pro Obvious. tentei correr com tudo mas não consegui o que me deixou frustrada. é só desorganização e não adianta eu tentar disfarçar de genialidade, é desorganização mesmo. da mesma forma como a monografia não anda, a despeito do apoio de todos (de alguns, vou parar de mentir. dos que importam). estou esperando esperançosamente que eu me ferre porque sempre adorei comprar ingressos pra primeira fila e assistir, olha lá! sou eu! sou eu!! me ferrando com-ple-ta-men-te (claque, por favor: risos). é por isso que eu te conheço tão bem, tonto, não sou médium, nem sou amiga do Paulo a-margem-do-rio-sentei-e-chorei Coelho; nós somos o avesso da mesma T-shirt... voilà! estou aqui escrevendo nem sei o que. ok, parei. escrevo por vício, não por forjar uma qualidade. o voltou, mandou um e-mail e foi bom e ruim. na realidade achei quase poético quando o padeiro cortou os meus pães com muito cuidado (a casca quebrou assim mesmo) e embrulhou com uma prática impressionante, rápido. toda história têm a gentileza dum momento desses, a não ser que não tenha começado ainda.

onde você guarda o seu autismo?
a garota-verde veio aqui e comentou como se me conhecesse. eu pareço assim maníaco-depressiva?
nunca quis partilhar o teto de cachos com ninguém, nem os estrados. não sinto falta, não me comento, despisto dizendo mil coisas reais, posto que ficcionais; atuo, gesticulo. no fundo, canso das encriptações. agora confesso: quero é ser sozinha junta.

até a volta. ou a qualquer momento. e um filme.
últimas palavras que te roubo emprestado, Tio Rei. mas não prometo.

Só isto, de fato, tem importância: a nossa individualidade, a nossa vida privada, a nossa família, os nossos amores, os nossos amigos, a nossa memória, a nossa lenda pessoal, os objetos dos quais nos tornamos íntimos — sim: os nossos leitores! Tudo isso que um país coalhado de canalhas, de idiotas, de incompetentes, de truculentos, de “utopistas” da desgraça, de demiurgos matusquelas, de messiânicos chinfrins, insiste em nos roubar. Tudo isso que foi roubado daquelas 300 famílias, vitimadas pelos medalhados prepotentes.


sexta-feira, 20 de julho de 2007

Feira e grifos

vendada
o que tinha mudado eu ainda não sabia. sei que estava na portaria com o cachorro (poodle cor champagne, porte médio) e a sensação de que tantas coisas estavam diferentes veio e me cutucou o osso do ombro. mais nada. meia dúzia de amigos meus não me reconhecem [mais] e outra meia dúzia me parece uma idéia desbotada pois, no fim das contas (parêntese: não sei fazer conta), eu me sinto sem graça demais pra procurá-los e pedir ou dizer algo. ano passado pensei nisso e concluí que as pessoas mais ou menos sozinhas eram assim mesmo. tenho doze amigos como naquele filme de 1939: são meia noite. metade de Paris está transando com a outra metade. as pessoas suficientemente sozinhas pra cacete nunca acham que estão suficientemente acompanhadas, sempre esperando aquela entidade específica que vai entender sua vida geográfico-historica num instantâneo segundo como nem a Polaroid ou a Nissin seriam capazes de proporcionar. às vezes com alguns até acontece como Jim e Pam, Ian e Debrah ou como eu e você, mas tem horas que eu acho tudo (todo) absurdo e me sinto sentada lá na portaria com o cachorro: poodle cor champagne, porte médio. mudada. e ninguém viu o processo¹ nem se interessou porque nunca convidei essas pessoas pra entrarem debaixo do meu estrado. me parece que você chegou lá assim mesmo e não sai mais. não faço esforço só porque adoro você masturbar meus pensamentos com poesia ilícita-idílica-etílica. mas é letal o nunca concreto.

mais grifos
oi! quanto tá o morango? ah.. dois reais. moça bonita paga menos. risos - vendedores... vai levar só uma? morango grande, bem vermelho! o pessoal vai reclamar... vai nada! vou acabar comendo sozinha. quero aquele alí. olha lá, hein... depois vai ser uma correria aqui na barraca, vê só. pode deixar, se eu gostar eu volto pra buscar mais. vai gostar e vai voltar! risos. sol, imensos morangos vermelhos, frio e casaco. mas o amor... o amor vai nos separar novamente, se anunciou no meu ouvido. tem escolha que é fácil.

a car crash
foi assim, sentindo entre os desconhecidos uma dor desconhecida, que me entreguei ao que já era meu sempre e concluí que tinha vergonha do grupo genocida-indecente. assomou-se a vontade de gritar. daí gritei e foi como se eu não pudesse parar. quando ele me olhou com os olhos psicóticos e levantou a mão pro tapa, a minha cara se atirou satisfeita. a ideologia descobre a verdade e a rarefaz num medo triste de reações tristes, voz violenta malvada. todos cantam. mas a minha cara se atirou satisfeita, quase voou...me entreguei ao que já era sempre meu. nunca me senti tão católica, tão mártir.

os assessores, bilhete
minha mãe já passou dos sessenta e falou baixo: que feio!
quando minha mãe, que já passou dos sessenta, fala "que feio", é porque tem uma compreensão filológica da palavra que as andanças da língua já desbotaram.
feio... melhor é nem olhar. cruel.
mas a gente vê o homicida que limpa a boca e diz não ter parte nisso.
é mãe... é feio. mas não vai ficar assim. não é revanche. é lincença poética metafísica.

--
¹ou metamorfose




Se alguém mata um homem, é um assassino. Se mata milhões de homens, é um conquistador. Se mata todos, é um Deus.
(Rostand)









para desespero da maioria, continuo aqui incapaz de continuar escrevendo o que sempre escrevi e me aventuro a dizer coisas que não me agradam, estão mal escritas. não, não é que eu ache que esta é a única tragédia que se abateu sobre o mundo desde sempre, não foi. a dor continua nos segundos por inúmeros motivos e se espalha morna na sucessão de tragédias que são particularmente componentes do universo conhecido. me lembrava agora de uma prima muito querida; ela na pia do banheiro escovando os dentes e eu a olhava como se visse uma deusa. tchau, pri! e a boca cheia de pasta de dente. quando a ela viu o bombardeiro impressionar a tv na primeira guerra do golfo, teve uma crise de bronquite, nervosa, não deve ter encontrado os remédios, a gente não sabe. ela morreu no carro uns minutos depois, não adiantava mais tentar chegar no hospital e a minha tia pensou que não precisavam dirigir tão rápido. e por que eu e ela morremos por pessoas que nunca vimos? por que não seguir em frente como todo mundo? eu realmente não sei. o Bjr disse que me mandaria uma frase: é uma frase que me faz ser uma pessoa pateticamente ingénua? sempre assim. mas agora o assessor especial da presidência comemora feliz: se fuderam! foi a turbina! e quero me esconder da vergonha do meus país e de tudo que me foi ensinado até hoje como sendo bom e reto. diz boa noite, tio Rei - gente asquerosa!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

nova atualização
19h:29

se sou louca, não estou louca sozinha, também não sou a mais perigosa. esta é uma tragédia de implicações políticas sim! se não posso me posicionar sobre a dor dos que perderam seus parentes e amigos, e pais e filhos, primos, tias... se não posso fazer isso simplesmente porque seria ridículo; eu não posso entender o que estas pessoas estão sentindo, não posso con-doer-me nesse sentimento incomensurável, só posso intuir... só posso então exprimir minha revolta como ser humano e como cidadã diante de um governo desgovernado, irresponsável e desrespeitoso. quem sabe assassino? por que é mais correto que eu permaneça calada e chore? em menos de 10 meses foram dois desastres aéreos de proporções catastróficas que deixaram à nu uma crise aérea que parece não dar ainda sinais de cansaço. o que indica que este será o último desastre? o que? acredito na democracia, acredito que, se eu não permanecer calada sob uma manta de humanismo, vou estar fazendo a minha parte. e tenciono fazer a minha parte não porque sou muito boa, nem por ser mais ou menos boa. mas é porque amanhã pode ser você que é meu amigo, pode ser eu, pode ser a minha mãe, o meu vizinho, o meu amante. Durkheim!
e não é um problema só da classe média. é problema daselite? alguns dos meus colegas de curso têm dito isso: é um problema da elite, só dão importância porque os caras têm grana porque se fosse lá no morro ninguém ia se importar. belos rebeldes humanitários... é problema da elite porque não tem nada a ver com violência. se fechar os olhos pra 200 vidas não é uma violência, preciso rever todos os meus conceitos filológicos.
como sempre, me alonguei mais do que desejaria. peço desculpas porque penso até decentemente, mas só falo merda.
deixo que o Reinaldo continue se alongando por mim, porque já não posso mais e porque eu nunca soube o que dizer em hora nenhuma.

EXPLORAÇÃO DA TRAGÉDIA
Um leitor de nome Flávio, que está sempre por aqui, me manda o seguinte comentário:
Olha, Reinaldo, isso que você está fazendo é uma irresponsabilidade! Está se aproveitando de uma tragédia terrível para fazer campanha anti-Lula. Quero que o Lula se dane, tanto quanto você, mas nem se sabe se o acidente ocorreu devido à crise aérea. E se foi um problema com os freios da aeronave, por exemplo? Como é que vai ficar a sua cara? Pare de se aproveitar do acidente e deixe de usar as vítimas para campanha política!!
Respondo
1 – Como fica a minha cara é problema meu. Não me diga que você está preocupado com a minha reputação;
2 – Se você leu direito o que escrevi até aqui, viu o óbvio: o que eu critiquei, no que respeita às autoridades, foi o fato de que a Infraero não sabia nem mesmo o nº do vôo quase 50 minutos depois do acidente;
3 – Lula não concorda com você. Tanto é, que reuniu o “gabinete de crise”. Pra quê? O que o governo federal tem a ver com acidente aéreo?
4 – Eu não quero que o Lula se dane. Eu quero que ele governe

Por Reinaldo Azevedo | 21:32 de ontem

A ORDEM É MORRER CALADO E FICAR DE LUTO EM SILÊNCIO
O que vocês esperam? Que alguém venha a público dizer que o agora maior acidente aéreo brasileiro (o nosso último “maior” tinha apenas 10 meses) foi causado, entre outros fatores, pela pista inadequada, sem as devidas ranhuras? Isso não vai acontecer. Até hoje, na tragédia dos 154 mortos da Gol, não se deu o devido peso à coisa mais óbvia do mundo: o Boeing tinha comunicação com a torre, e sabia-se que o Legacy poderia estar na contramão. Bastava ordenar então ao avião da empresa brasileira: “Suba, desça ou vá para o lado”. E aquelas pessoas estariam vivas. Em vez disso, as responsabilidades se diluem nas repisadas "múltiplas causas" que provocam um acidente aéreo. O estado sempre livra a própria cara.

Reitero o que escrevi ontem em muitos posts: ainda que se venha a provar — é o que está para acontecer — que o piloto praticou uma barbeiragem, a Infraero demorou 50 minutos para divulgar o nº do vôo. Não! Não se tratava de uma informação que estava presa em algum filtro, em algum mecanismo de controle. Era desconhecimento mesmo. Tanto é assim, que se chegou a divulgar que o vôo era o de nº 5018. Em seguida, outra informação: seria uma pequena aeronave, não um avião grande. E, finalmente, quase uma hora depois, a informação correta do vôo ao menos.

Ora, isso é indício de um estado de coisas, não fosse suficiente a balbúrdia que se verifica diariamente nos aeroportos em razão da falta de comando, da infra-estrutura precária, de um controle aéreo completamente rendido à militância sindical. Lula tem alguma coisa com isso? Ele também deve achar que sim, não é? Ou não teria reunido o tal “Gabinete da Crise”. Reunião para quê?
Por Reinaldo Azevedo | 03:52 de hoje

O QUE DERRAPA É A VERGONHA NA CARA

Pô, claro, vejam só, é evidente. É claro que a culpa é do piloto. Assim como a culpa pelo acidente com a avião da Gol era “duzamericânu”. Lembram-se o que escrevi aqui a respeito faz três ou quatro dias? O estado brasileiro gosta de se responsabilizar é pela morte de terroristas que assaltam quartéis, matam pessoas e viram heróis.
Já se você é um trouxa inocente, que tem a grande ousadia de pegar um avião no Ponto A com a esperança de chegar ao Ponto B, vire-se. Como escrevi ontem, “relaxe e morra”.
Como é mesmo o mantra que os petralhas começaram a recitar? “Se tivesse havido aquaplanagem, a aeronave, em vez de seguir em linha reta, teria derrapado, quem sabe dado cavalo-de-pau...” Entendo. “Se uzamericânu estivessem com o transponder ligado, blá, blá, blá”.
O fato é que um órgão do governo federal liberou uma pista sem condições técnicas de operação em dias de chuva. Ontem chovia. A pista não foi fechada. Um sinal de advertência tinha sido dado no dia anterior: outra aeronave havia derrapado. Como é fato, no acidente anterior, que a torre poderia ter mudado a faixa em que voava o avião da Gol. Mas temos de enfrentar esse espetáculo de hipocrisia e autocomplacência.
O que derrapa no país é a vergonha na cara.

Por Reinaldo Azevedo | 14:56 de hoje in Veja online blog
atualização
14h:23

pensei muito se deveria postar alguma linha sobre o ocorrido ontem em Congonhas: não devo. seria desnecessário e de mal gosto. esse é um trabalho para jornalistas não meu e, quanto às outras palavras que existam à respeito, elas só pertencem aos atingidos. posso sentir muito, mas não o suficiente.
deixo o link para a notícia do acidente no The New York Times que abordou seriamente as implicações governamentais dessa tragédia. sim, sei que já repeti inúmeras vezes que não me sinto a vontade de falar aqui de política, particularmente da política nacional. mas também não acho correto silenciar minha revolta quanto à condução do governo em todas as áreas. os debates entre as forças civis e militares soam como um dejà vu desagradável dos anos que nunca vi mas que não quero mais lembrar nem sob a pressão do Skidmore ou da Angela de Castro Gomes¹ orquestrados pelo José Roberto: temos novamente essas surreais lideranças acéfalas, irresponsáveis e fascistas no poder. dessa vez não é nenhuma UDN de porre, não há mais um traço que faça rir.
mas enfim, estou falando comigo mesma, só pensando alto. o José Roberto (quando tiver novamente acesso à internet) e o Reinaldo Azevedo certamente terão palavras mais certas sobre tudo isso que nunca sei dizer. deixo então o link (entre outros links) nessas linhas que não pretendia escrever, já sabendo das críticas dos que me conhecem pouco.
--
¹ não significa que eu partilhe das mesmas crenças ou convicções cósmicas que ela.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Títulos estranhos

assíndeto
tinha um barulho que vinha lá de fora que era rua vazia e conversa. ficamos as duas ali paradas e você querendo se mexer. eu mesmo parada em tanto escuro e muito álcool pra tanto canto e tanto canto cheio de velas. eu quase queimei teu teto. estática como tinha ficado a minha vida e as linhas dos cadernos onde eu tinha desistido de anotar as aulas ou os meus dias sem nunca usar vírgula. você falava sobre algo que eu nunca quis ouvir mas nunca fiz mesmo questão de entender. a sua cabeça tão perto e os cabelos voavam tanto que eu me senti muito grande perto de você e acho que assim foi fácil de eu ficar bem junto e tão rápido que quando a minha boca colou na sua mal teve tempo pro susto, apesar do tempo longo pra eu sentir você macia de cabelos calmos como se as suas mãos frequentassem os meus cílios há anos. era assim sua quando você sempre é muito minha, mesmo nas noites parecendo maníaca num excesso de vinho que nunca gostei.

não leia essa parte
há muitas razões que tornam um sujeito suicida. mais dia menos dias, um diabético pode enfiar uma bala na cabeça porque nunca encontra no supermercado cookies de chocolate que possa comer. encontra sim, cookies de leite, nunca inteiramente de chocolate.
a vida moderna criou cerca de 179 razões pra alguém se matar sem nenhum motivo. se antes a depressão corroía os indecisos e os acusavam pessoalmente como sendo de espírito fraco, agora simplesmente os pulveriza: como escolher o papel higiênico quando alguns são beges, outros têm estampa de cachorrinho e quase todos são de folha dupla? porque é engano achar que o suicídio ocorre por importâncias, isso não tem nada a ver. quem se importa com o resto do mundo? é com se o resto do mundo fosse uma massa compacta de gente, mas o resto do mundo é uma pessoa de cada vez. só o desimportante mata. vive-se o inútil sempre sozinho. o desapercebido é a companhia cativa, é valorizado pelos sentidos ano pós ano como se a gente estivesse num filme de 6 horas da Sofia Coppola. finalmente (concluí, chegando no caixa) que os darwinistas e os paleontólogos nunca se suicidam.

por fim
isso eu pensei depois da médica ter me dito que eu teria de colocar aqueles aparelhos dentários prateados. a ortodontista disse. depois falou que me dariam uma anestesia geral e substituiriam parte do meu maxilar por uma placa (de metal?). parece que vou pagar por isso, que estranho.

Lugares



inultilidade, mas lugares
São inúteis, mas são lugares. Como era mesmo aquela história? Subjetivar o cotidiano... cotidiano à pé.

e-mail
Benjamin.
Cheguei há pouco da minha aventura. Estou louca de dor de cabeça e cansaço. Não houve nenhuma revelação bombástica sobre a minha vida, ainda bem. Me sinto como tendo sido vítima de alguma armadilha familiar .. não ia à casa dos meus avós desde.. desde quando? Acho que de 2003. Foi uma visita estranha, chocante e agradável. Minha tia está bem, melhor do que eu imaginava (há uma história complicada aqui nesse ponto, mas precisaria de uns gráficos e esquemas pra explicar).

Eu é que fiquei em frangalhos. Achei que não fosse conseguir chegar em casa (queriam que eu dormisse lá) porque não tinha ônibus para voltar (o Rio de Janeiro e Bombaim são o mesmo lugar, confirmei isso hoje... um misto de Bombaim e Argel), estava chovendo e, pra completar, a polícia transitava numa bela Blazer descendo e subindo a rua sem asfalto, exibindo fuzis.

esclarecimentos
van, me explica: o que quer dizer exatamente com lindo? quando confesso "queria que vissem" acho que quis dizer pra alguém ir lá ver e contar. mas eu vou discordar da opinião sempre. nunca realmente vemos. vemos? não tenho pudores com a nudez. cada palavra, frase e vírgula, entrepontos, mais me despudora. que o vizinho abra a janela, que me veja sem cortinas. já devassei a língua. da ibéria ao cabo das tormentas. devassa. não...juro que não sou maníaca depressiva, nem me deprecio. só sou exigente demais, só isso. mas egocêntrica, acredite. não tão expansiva como uma beijuca, mas medianamente histérica.

carola, por que estamos rindo? não... não pense que foi um protesto contra a alienação ou acontra as conveniências do conviver. a boa família é sempre a esquizofrênica, a medianamente histérica.


série alforrias: ciúme?
Já Luiza Conga, em 1831, teve como “expressa condição” em sua alforria “que a escrava nunca mais apareça na casa de seu senhor”; o que instiga é o motivo: “porque a escrava vai casar com Bernardo Dias de Lima”.

domingo, 15 de julho de 2007

Espero nunca mais voltar

Tenho pensando na Frida Kahlo. Não coisa de dias, de semanas, talvez meses. Pensando muito. E, quando pensamos muito em alguém, é bom que se tente entender o porque da obsessão que acomete como uma torneira que não fecha mais. Se eu fosse outra pessoa, eu queria ser a Frida? Eu vejo algo na vida de Frida Kahlo que seja talvez também a minha vida? Eu partilho dos serenos que ela esteve? Se eu morresse agora, morria e ria ou chorava? São essas perguntas assim muito ridículas. Não, não compartilho dos mesmos serenos de Frida. Não acredito em Marx. Nunca alcancei a dor real - todas elas foram fitas fantasmas que me enlaçaram pela cintura e me vendaram. Nunca achei que as dores tivessem doído o suficiente. Também não tenho a paixão. Não tenho um talento porque sempre deixo meu fogo à brando, e ele passa sempre gentil sem queimar a nada além de mim como algo que ninguém pode ver (eu queria muito que vissem). É talvez uma mágoa de só existir, ainda que eu goste de só existir. Não tenho. Sou como os ossos embotados, desmarcados, entediados. Ademais, muito insatisfeita. Como ela, espero nunca mais voltar numa partida alegre.



Eu queria... poder fazer o que me dá vontade por trás de uma cortina de "loucura". Assim enfeitaria todas as flores, todo o dia, pintaria a dor, o amor e a ternura. Riria das minhas vaidades, da estupidez dos outros e todos diriam: pobre! está louca! (sobretudo riria da minha estupidez) Construiria meu mundo que, enquanto vivesse, seria meu e de todos (Kahlo)

sábado, 14 de julho de 2007

As verdades sóbrias de quem só quer beber

coisas que eu escrevi em 10 de agosto de 2004
ficava imaginando, nesses dias de agosto de 2004 (enquanto queria a camisa i'm a bookworm do belle&sebastian) os títulos e letras de música que eu queria ouvir. o nome do album seria "some tragedy" e essa ia ser a música "some tragedy". numa outra oportunidade, faço a postagem com as faixas imaginárias dessa banda imaginária ... esquizofrenias ridículas.

I was hearing my friend on that new street
Things becoming bad, things becoming bad
She told me about the conversation that she had with him

Things becoming bad, things becoming bad

The problem was not him but her talent to be a hunter

It`s some modern problem with the relationships

Things wasn`t not so bad


I remember my parents in the room
Lovely words before the kids

Now things becoming bad, things becoming bad

He will find another girl to love but not me

She told me `bout the kiss and it gets me a bit excited

Things becoming bad, things becoming bad

I need some tragedy to my existence
But maybe some destruction

I need some tragedy to my mind

But maybe it's coming so fast

I need some love till the end of my life
(
maybe it's coming so fast)
I need you, oh I need you
That's what she told to her new boyfriend


fabrício
Você é um esquilo!

as verdades sóbrias de quem só quer beber
A verdade completa é que não gosto dela. Falo isso como se você não soubesse, ou como se não soubesse do risco que corro dela me ter. Mas quem bebe não quer saber disso, não sabe de políticas. Tô cagando. Nunca gostei, nunca simpatizei, nunca me identidifiquei. Dá sempre pracreditar que é recíproco, mas também pouco faz... (reticências)
Talvez você devesse saber disso, por isso estou mas.... porque vc é esse ponto de intersecção pra onde eu corro. Um ponto pra onde, sem motivo além de uma absurda dependência, eu corro.
Não gosto dela, não temos nada a ver e você sabe. Fico porque sei das coisas que são de passar. Fico porque vai passar e também você talvez passe. Sobre todas as diferenças e indiferenças, todas as impossibilidades do convivier... já disse Mario Quintana: uns passarão, outros passarinho. Eu o segundo.

Consumição

mas o melhor da história nem é o início, mas o fim. se encontraram por um completo acaso: ela com as mesmas pregadeiras roxas - nunca tirava - e ele andando ainda com aqueles pés que se pisavam um no outro num muito pouca coisa mudou. apesar dos apesares. eu disse que se encontraram? não, se esbarraram, não de bater, mas de acidental que foi darem-se com tais respectivos olhos. umas sacolas de compra que começaram a tremer, umas chaves de carro no bolso que haviam se perdido... nessas horas é normal as cabeças de abaixarem procurando algo muito importante a qual não davam a mínima importância minutos atrás. cerveja? não... parei. jura? refrigerante? claro! e se perguntaram como iam um, outro, a, b, c. casou. casou? o espanto é autômato, geralmente casa-se, mas fingimos ser um acontecimento raro. e você, está linda! ela sem graça. você ótimo ! ainda anda como se estivesse na areia da praia. linda... um vento batia fraco balançando os brincos e era como se um fusível do chuveiro tivesse estourado bem lá no alto. claramente estavam dentro da sua cabeça aqueles olhos dela sob os dele imberbes. quase fechados os olhos dela ficavam ao fim. permaneciam daquele jeito por três minutos quebrados em horas longamente estranhas. dois olhos meio fechados que comiam os seus cílios, ainda insatisfeitos, moribundos, devoradores. jogava aos pés, dela implorava ele mudo todos os perdões que aqueles dois animais carnívoros e violentos lhe obrigavam. fomos bons amigos... fomos, ela sorriu com uma leveza materna e quase franca. quantos? dois! sabia que fui apaixonada por você durante anos? uma risada agora. o azar é que nunca se apaixona na hora que deveria pela pessoa que se queria. trocaram telefones, mas ele sumiu. ninguém nem mais sabe se o número ainda é o mesmo.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

conta direito essas estrelas!

minhas histórias quando eu gosto começam assim: com uma fala sem travessão antes. se aguém me perguntar não me travo nem me furto. não sou de subtrair. falo assim direto num vento que é pra não demorar, que é pra me arrepender. se tem travessão antes a gente reflete muito, a gente é muito pausa. dois pontos talvez que vai.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Visão do nosso paraíso

adendo inicial
eu sei, entendo que ninguém acredite que somos felizes. e não somos mesmo. o que nunca entendi é porque estamos rindo.

a casa de madeira
A casa era toda feita de madeira velha e os buracos tampados de barro. Hoje é difícil pra mim ou pra você imaginarmos como é isso, como é que moram em casa de madeira velha e barro, mas eles moravam, e os vizinhos moravam, todo mundo morava, inda tem gente que mora e quando o sol forte que era de tarde entrava pelas frestas, as crianças ficavam vendo a terra voando no ar, iluminada. Havia muita terra e que não era de ninguém porque estava voando.
A menina estava fazendo tranças no cabelo do meu avô como se a vida tivesse até paz: painho...o cabelo do sinhô é o mais bonit'do mundo. Isso ela dizia com a cara suja mal alcançando os cabelos brancos, uns olhos quase fechados, quebrados. Eram cabelos compridos e nunca entendi isso, mas ela diz que fazia tranças no cabelo do vovô. Seu Manoel Joaquim é cangacêro... diziam, mas ele não gostava. Irritava. Fazia mesmo era garrafada, era homem de trabalhar, não era do cangaço, se tinha sido não contava isso pras gentes lá, trabalhava e consertava tudo que precisasse do conserto. Ás vezes não cobrava, punha uns agradecimentos dentro do chapéu e todo mundo em casa passava fome.
Numa outra noite a vizinha gritava tanto que ele e a mulher acordaram já sabendo bem. Minha vó segurou o homem mas era tarde porque na noite ele já tinha derrubado a porta e arrastou o sujeito pela terra, que era também chão porque àquela hora não voava, e daí meteu com o pau na cabeça dele sem pensar muito. Só meteu com o pau até que tivesse tanto sangue que ninguém podia mais enxugar. Se a vizinha dava atenções de Madalena, se era mulher da luz vermelha, se os filhos não passavam perto porque a mãe gritava olha a rapariga!... Não quis notícia. Só meteu com o pau na cabeça do diabo até que tivesse tanto sangue que nem o barro das telhas e das paredes pudessem enxugar. Em mulher não se batia. Era um homem de trabalho e nunca fôra do cangaço naqueles sertões da Bahia.

visão do paraíso
a primeira vez que vi meu filho eu não vi meu filho, eu não vi nada. na primeira vez eu vi e era ele com uma cabeça quase do tamanho do corpo e os tubos que drenavam a água. acho que não gritei porque nunca grito. mas era lá eu, a primeira vez e era meu filho. que mãe animada! ele não tava morto. eu nunca mais tinha acordado.

sexta-feira, 6 de julho de 2007












eu vôo, mas eu volto













quinta-feira, 5 de julho de 2007

AdSense


desorganizados, não editados. Adsenses que eu queria ver.

Best Life
Increase your site visits. Moke money and friends. Be respected. Shoot your nude
with Photoshop CS.
www.babemanual.com

Lacuna Inc.
Levando a você o revolucionário, indolor e não cirúrgico
processo de apagamento de memória
http://www.lacunainc.com/

Pâncreas
A cura do diabetes ao seu alcance! Adquira seu pâncreas, sob medida, montados de lego
pelos nossos técnicos.Escolha já sua cor!
www.monteseupancreas.org

Laranja Expressa
Encontre agora laranjas para seu limão. Sem caroço, descascadas. Vários tons
alaranjados, diversas plantações. Venda de talos e vasos decorativos
para reprodução. www.laslaranjinas.com

Moody Mood’s
The Smiths, Radiohead, Janis Joplin, Nick Drake, Joy Division
na Vivo, Claro, Oi, TIM. www.toomoodmoddy.com

Babás
Toda a acessoria maternal para uma vida moderna. Leite, colo, comida pronta, horários fixos e musiquinhas em mp3. Veja como! www.urbabysitter.com.br

Poesia
Poemas desconstruídos gastando muito pouco ou quase nada.
http://espacoemdesconstrucao.blogspot.com

Recesso
Eu vim andando pela rua com cuidado e impaciência, tudo porque esqueci a música em casa, o fone de ouvido está ruim. Vim com cuidado e comprei uma vodka. Passou um garoto de bicicleta e me soltou um assobio. Mas nunca tinham me soltado um assobio então pensei que talvez não fosse pra mim.
Pensei que a minha rua tem muitas pedras e que eu não conseguia mais escrever contos por puro medo dos travessões. Os travessões me causam um trauma terrível, não posso com eles, e os diálogos de falas que não são minhas. Fiquei vivendo umas vidas até chegar no portão de casa. Teve um reflexo rápido da minha boca na chave e daí quis ficar numa estranha barra onde, depois, talvez até depois de dois pontos, eu não dizia nada. Nem poeta, nem amante. Fico de cabeça pra baixo se lá na calçada apontar uma barata. Tinha uma da garota que tenta se sufocar com um saco de supermercados mas depois de horas não consegue e descobre que ele estava furado. mas a história não era minha, era da minha... mas não roubei.
www.noninoni.com

quarta-feira, 4 de julho de 2007

serenada

era tudo qu'eu sabia
nem mais dela me queria
(era dor de noite e dia)
sempre só na rodovia
emendada
não a via
era como a mãe dizia
(certa dona que havia)
numabeiradadepia
bruta moça não se avia

terça-feira, 3 de julho de 2007

Epílogo: bachelorette

interlúdio
tinha a menina no guarda roupas
chora não
tinha a menina e tinha o guarda roupas
acabou
tinha menina de guarda e roupas
agora não
se chora tem eu

(aqui entra uma frase)

o poema
escangalhou


do outro lado da folha eu escreveria assim:
meu querer é simples como enfiar o dedo no bolo de aniversário do seu primo menor.

assim mesmo
eu queria mesmo falar era do livro que eu mais gosto que começa assim: eu tenho que achar um lugar para guardar as minhas vontades. mas como eu já escolhi a figura da sereia (num sono) acho que ficaria tudo deslocado. eu queria mesmo era não falar nada, nem falar sobre nada. ficou tudo muito vazio depois que você começou a escrever sobre nossas ausências; a coincidência foi ler sobre (está tudo!) vazio. foi só coincidência. agora fui tomada de... ai, era bom a nossa festa, era bom, arlequinal. eu dançava, tudo dançava, tantos anos amava, quando estava doente ele era bom comigo só porque não queria ser mal comigo e quando eu cantava, não era bom porque queria ou porque gostava da música (eu nunca sei), era bom por ter medo de ficar tudo ruim. mas aí você fez a maior bagunça. eu estava escondida no guarda-roupas, flutuada, pensando em absolutamente nada. você veio e eu nem liguei. eu nem sabia que o Syd Barret também tinha diabetes. eu te achava pedante. você veio. moça... passei e não tinha mais desatar, isso eu só descobri quando eu vi que fiquei... e fiquei de não saber o que fazer, porque eu fico querendo... e eu tenho que achar um lugar pra guardar as minhas vontades. não seja feia, Clementine! seja bonita! daí acho que me guardei em algum lugar há tanto tempo que esqueci onde. antes eu sabia, pouco agora, insana, bacherolette... a vida é um colar de medos, meu amor.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Desintegro

inspirações
Da família dos citrinos, o limão é um fruto sumarento pleno de perfume e sabor. Eles diferem entre si pela seu tamanho, textura e pela sua cor, que pode variar entre o verde e o amarelo. Devem escolher-se de casca fina, reluzente, pesados na mão e sem toques nem mazelas visíveis.
Na cozinha tradicional, de fusão, de autor, do Ocidente ao Oriente, o limão faz parte das mais diversas preparações. Salgadas, doces, frias, quentes, parece não haver limites para a adição do seu perfume e travo ácido.
Uma presença de tal forma trivial que por vezes nos esquecemos de como um bom limão pode fazer a diferença.

álcool
sim, gosto de beber... tem mulher que precisa viver no sereno.

nunca vi tantas luas
você sabia que dormir é como pegar uma máquina do tempo? você fecha os olhos e daí então abre e já está num novo tempo totalmente diferente. tudo pode acontecer porque... quem te garante que você está no mesmo lugar? não está. a Terra girou. tudo é completamente diferente agora. talvez os sonhos sejam a paisagem que passam pela janela da máquina. mas só estou supondo, eu não sei como as coisas acontecem de fato.

sob
não encontrava um lugar melhor pra ir dizer que parece até saudade... daí vim andando pro seu mar. está batendo um vento bom, mas não é o mesmo. parece até saudade.

desintegro
sabe o que eu virei? caminho de cinzas queimando sob... e um suspiro na água. tenho diariamente caminhado até o fundo do mais absurdo dos meus pensamentos, àquele lugar, àquela caverna cheia de pássaros selvagens (você os conhece, tantos os conhecem) onde residem as palavras, onde elas estão disformes. vou até lá e coloco os ouvidos nas paredes de pedra. the swallows flying above my head, tão rápidos! mas não fico com medo. e fico ali deitada silenciosamente somente ouvindo o revoar violento das palavras. as asas delas vão me contando, vão dizendo uma a uma, segredos vergonhosos, lembranças, fugas, indisciplinas. eu ouço. apreendo-as aspirando o ar pela boca e o meu sopro se transforma e as vígulas, os pontas as vigorosas cerdas das regras me atacam. tudo se condensa, chove, inunda, escorre água, me dissolvo e eu viro água também. invariavelmente viro água também. as marcas ou as destruições que as ondas deixam... sou eu. sou eu água, sangue, estilhaços de um silêncio insuportável.
your nimble feet make prints in my sand

a monografia (índice)
Caro professor orientador, venho por meio desta confessar-lhe que... fico reticente.

I. Contexto jurídico Imperial
1. jurisprudência do pós-Independência
2.
a Independência e o Direito Positivo
3. as raízes do Direito Romano e Consuetudinário Brasileiro
4. coexistência: a escravidão e a orientação da jurisprudência Nacional

II. A escravidão e o Direito Imperial
1. as origem jurídicas do trato escravista
1.1 escravos mouros e escravos africanos:
o uso das ordenações Manuelinas e Afonsinas
2. a condução da Constituição de 1824 e o código negro de rodapé
3. Código Penal: da humanidade do cativo
4. Código Comercial: da humanidade da propriedade

III. Os casos: subsistência e coesistência de contradições jurídicas
1. Contradição jurídica?
2. Processos do STJ: querelas inssolúveis
2.1 casos excepcionais
3. Tribunal da Relação: mais querelas insolúveis
3.1 ...
3.2 ...
3.3 ...

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